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Projeto Diversos lança quatro primeiros livros acessíveis e inclusivos

A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, por meio do Centro de Tecnologia e Inovação (CTI), em parceria com a Mais Diferenças, lançou no mês de abril os quatro primeiros livros acessíveis e inclusivos editados em múltiplos formatos do projeto Diversos – Livros Acessíveis e Inclusivos. “Os livros publicados, tendo como premissa os princípios do Desenho Universal, permitem que não somente as pessoas com diferentes deficiências tenham acesso à leitura, mas também aquelas com dificuldades de acesso ao texto escrito, como as pessoas com baixo letramento, os estrangeiros e o público da Educação de Jovens e Adultos”, destacou Carla Mauch, coordenadora da Mais Diferenças, durante o lançamento do projeto na Biblioteca de São Paulo.

O evento contou com as presenças da Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, do Secretário de Estado da Cultura, Romildo Campello, e da diretora-executiva da Câmara Brasileira do Livro, Fernanda Gomes Garcia.

“Há alguns anos começamos a dialogar com a Mais Diferenças para termos uma iniciativa como esta: um único livro que pudesse servir a todas as pessoas com e sem deficiência. Queremos que os caminhos sejam os mesmos; pela rua que passa o andante passa a cadeira de rodas; pelo transporte que leva a pessoa com deficiência; e no aprendizado, na cultura, que ela também se valha de um único instrumento”, afirmou Linamara Rizzo Battistella, secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

O secretário de Estado da Cultura Romildo Campello reforçou a importância da produção e d

o acesso a livros em formatos acessíveis. “Este evento é um momento emblemático e trata do papel da cultura. A invenção da escrita transformou nossa espécie e permitiu a transmissão de conhecimentos de uma geração para outra por meio de prosa e de poesia. A biblioteca onde ocorre este lançamento que ser um espaço de construção autônoma de conhecimento e não dá para pensar nisso se ela não for inclusiva. Um projeto como este nos ajuda a cumprir esta missão”.

Já estão disponíveis de forma gratuita no site do CTI quatro livros infanto-juvenis: “O discurso do Urso”, de Julio Cortázar, “O menino no espelho”, de Fernando Sabino, “Uma nova amiga”, de Lia Crespo, e “Serei Sereia?”, de Kely de Castro. Alguns desses títulos fazem parte do Programa Nacional de Biblioteca na Escola (PNBE).

Com os formatos acessíveis e inclusivos, crianças e adolescentes, com e sem deficiência, podem escutar a história que está sendo contada; ouvir os sons que incentivam a imaginação; ler o texto escrito na tela; ver as imagens que estão nos livros e escutar suas descrições. Também podem ver a história ser contada em Libras, segunda língua oficial país e muito utilizada pela comunidade surda. Além desses recursos de acessibilidade, alguns livros do projeto estão sendo produzidos em Leitura Fácil – livro cujo conteúdo segue recomendações internacionais em relação à linguagem, ao conteúdo e à forma que auxiliam sua compreensão.

A escritora Lia Crespo apresenta às crianças seu livro "Uma nova amiga"

O acesso ao livro, à leitura e à literatura para todas as pessoas continua sendo um desafio importante, que demanda pesquisa, produção e distribuição de materiais acessíveis. Para Fernanda Gomes Garcia, da Câmara Brasileira do Livro, é possível constatar avanços no mercado editorial brasileiro. “Há um movimento no setor para que haja títulos nos formatos necessários para atender a todas as pessoas. E percebemos mais iniciativas nos últimos anos por parte de empresas capazes de publicar nesses formatos. É um desafio, mas sentimos que há uma movimentação nesse sentido”.

Um dos títulos acessibilizados nesta etapa do projeto se chama “Uma nova amiga” e a autora Lia Crespo celebrou a nova edição. “O livro trata de inclusão, da diversidade humana, das dificuldades e das potencialidades que as pessoas com deficiência têm. Seria um contrassenso que ele não fosse acessível”, afirmou.

Kely de Castro também comemorou a escolha de sua obra “Serei Sereia?” para fazer parte da iniciativa. “Nos lugares onde divulgamos o livro, esta era uma solicitação frequente. O livro é para todos e não quer ser uma história apenas para as crianças com deficiência. Queremos que as pessoas se interessem pelo livro porque é divertido e poético e que a aventura da literatura proporcione um olhar sobre esse tema”.

O projeto Diversos – Livros Acessíveis e Inclusivos prevê ainda o lançamento de novos títulos em múltiplos formatos acessíveis.